Sobre o NUDES

O Núcleo de Pesquisa em Diversidade e Descolonização (NUDES) se vincula ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) – Mestrado e Doutorado – da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Brasil, fundado em 2008.

A coordenação:

A coordenação do Núcleo de Pesquisa em Diversidade e Descolonização (NUDES) é composta pelos Pesquisadores Fundadores: Profª. Drª. Julia Almeida e Profº. Drº. Luis Eustáquio Soares. Para mais informações mais detalhadas, acesse o menu: "Ações de Pesquisa" e depois Pesquisadores Fundadores.

A proposta do NUDES

Sem biodiversidade não existe a vida isoladamente. Isso vale para a natureza e para a sociedade. Sem coletividade, o indivíduo é uma quimera. Sem universalidade, o singular e o particular se perdem no niilismo da vontade do nada, não obstante as pantomimas e histrionismos das subjetividades ilusas, quando desacopladas da realidade das formações histórico-sociais concretas.

A formação histórico-social do reino do capital, o modo de produção capitalista, é dominada pelo fetichismo da mercadoria, objetivamente efetivado em cada ato de compra e venda. Nesse contexto, diversidades são antes de tudo diversidades colonizadas pelas relações mercantis. É preciso, pois, pensá-las, na práxis descolonizadora, ao mesmo tempo cultural, estética, epistemológica, educacional, biopolítica, tecnológica, atuando por si mesmas e pelo bem comum, em conformidade aos valores de uso socialmente situados e tendo em vista a crítica da economia política, em clave materialista, o que significa dizer que, à época  das relações escravistas de produção greco-romanas, a diversidade em potência e em ato residia entre os escravizados, entre os camponeses, entre os estrangeiros, assim sendo no período do feudalismo, no qual a diversidade emergia da práxis laboral e cultural camponesa, não sendo diferente no capitalismo, em que a diversidade é a da multitudinária classe trabalhadora mundial.

Diversidade descolonizada não existe, por outro lado,  porque na sociedade dos opressores ( escravocrata, feudal, mercantilista, capitalista, imperialista, ultraimperialista) diversidade o é enquanto, na prática, descoloniza-se do fetichismo da mercadoria,  da indústria cultural do ultraimperialismo estadunidense, das metrópoles ocidentais, do mundo regido por regras da oligarquia financeira ocidental, razão por que, subtende-se,  o Sul Global e a Maioria Global, no contemporâneo, são em processo o sítio histórico das diversidades emergentes, forçando um futuro das diversidades-povos, planetariamente; em metabolismo ecológico com as diversidades dos micros e macros biomas, rede de redes, Internet dos seres.

O mundo realmente existente é o resultado de um longo processo de expansão ocidental, iniciado no final do século XV. É marcado pelas seguintes fases: 1. colonialismo e relações capitalistas (dominado por países europeus); 2. período interimperialista europeu-estadunidense (com a presença do Japão); e 3. ultraimperialismo estadunidense, com o apoio do dólar,  do Pentágono, da Big Tech, da indústria cultural,  impondo aos povos relações sociais de produção neoliberais, que são não apenas econômicas, nas trocas desiguais entre Norte e Sul, mas também culturais, comportamentais  e talvez antes de tudo inconscientes, corporais, expressando-se pelo desejo à servidão voluntária, tal o grau de subsunção geral levada a cabo pela sociedade do espetáculo dominada por Estados Unidos da América.

Núcleo de Pesquisa Diversidade e Descolonização (NUDES) opera um "Observatório de traduções culturais, educacionais, estéticas e epistemológicas",  tem como objetivos: i) concentrar esforços para pensar/analisar diversidades de gênero, étnicas, culturais, educacionais, epistemológicas, nacionais, socialistas, multipolares,  sobretudo considerando o pesadelo sem fim das diversidades ( sociais e naturais) relativas à Maioria Global, aos povos que foram e são objeto de saqueio e superexploração; e que tiveram e têm as suas diversidades entrelaçadas sabotadas, violentadas, dizimadas; ii)atuar de modo multidisciplinar, tendo como eixo o materialismo histórico e a crítica da economia política das diversidades fakes do ultraimperialismo norte-americano, as do globalismo woke e as relativas ao seus “irmãos siameses” da direita e da extrema direita.

Por fim, os integrantes do NUDES assumem o argumento de que diversidade é aquilo por que se luta, em resistência e alternativa ao unipolarismo euro-norte-americano, que são o reino das supostamente livres diversidades fora do reino das necessidades, princípio, este último, do múltiplo-comum, ao mesmo tempo mínimo e máximo, no interlúdio  de ser mulher, homoafetividades,  negro, índio, latino-americano, africano,  asiático, euroasiático, brancos, homens, quaisquer, singulares particularidades da universal classe trabalhadora deste errante cosmológico planeta, Terra.  

Obs: Atualizado em 02 de setembro de 2025, às 11h31.

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